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Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM

Fórum discute indústria de cerâmica vermelha

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A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e o Sindicato da Indústria da Cerâmica Vermelha de Minas Gerais (Sindicer), promoveu, na manhã desta sexta-feira (19/10), O Fórum Mineiro de Produção e Consumo Sustentável: Indústria da Cerâmica Vermelha.


A presidente da Feam, Zuleika Torquetti, ressaltou na abertura do Fórum, o trabalho desenvolvido pela Fundaçãono apoio aos municípios e às indústrias para melhoria da gestão e qualidade ambiental. “Nosso objetivo maior é traçar estratégias em conjunto, tendo um conhecimento do setor, planejando e discutindo o melhor caminho a ser seguido, para proporcionar ao segmento da indústria da cerâmica uma oportunidade de melhoria”, frisou.

Janice Drumond/Ascom Sisema
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A presidente da Feam, Zuleika Torqueti, (à esquerda) o gerente de Meio Ambiente da Fiemg,
Wagner Soares da Costa e o presidente do Sindicato da Indústria da Cerâmica Vermelha,
Ralph Perrupato fizeram a abertura do evento


Inovação e Mercado no setor da Indústria da Cerâmica
O presidente da Associação Nacional da Indústria da Cerâmica (Anicer), Luis Carlos Lima, apresentou um panorama do mercado nacional da cerâmica. De acordo com ele, a indústria da cerâmica teve um grande aquecimento nos últimos anos, principalmente com o aumento da renda da população, com o desenvolvimento de programas de habitação realizados pelo governo federal e pelas melhorias nas condições de crédito no país. “Temos uma perspectiva muito grande no setor, pois, de acordo com a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, existe um déficit de 8 milhões de moradias no Brasil”.

Luis Carlos Lima frisou ainda que o setor precisa acompanhar a evolução do mercado. “É necessária uma melhor organização dos pólos de cerâmica, num sistema de complementação, além da melhoria da qualidade dos produtos e na contratação de especialistas”, disse.

O presidente da Anicer falou também da importância que o setor de cerâmica dá às questões ambientais. “O setor de cerâmica vermelha foi o primeiro, em toda a cadeia da construção civil, a se dedicar ao estudo do impacto ambiental do ciclo de vida de seus produtos”, frisou.

Utilização de rejeitos
A engenheira metalúrgica e professora do Centro Universitário Newton Paiva, Luciana Boaventura, apresentou um estudo acadêmico sobre a utilização de rejeitos na produção de tijolos de vedação. De acordo com ela o estudo focou a questão da sustentabilidade no setor.

Dados do IBGE 2008, apresentados pela professora, mostram que a produção de tijolos no Brasil chega a 4 trilhões de peças por mês (10 mil toneladas). Desse total, cerca de 4 a 5% são perdidos no processo de produção. Luciana apresentou as vantagens da reutilização dessa perda, reduzindo impactos ambientais e os custos da produção, além de agregar valor à cadeia produtiva.

O trabalho de identificação e utilização de resíduos siderúrgicos pelas indústrias de cerâmica foi apresentado pelo engenheiro civil e mestre em agronomia da Feam, José Alberto de Oliveira. Segundo ele, o estudo teve o objetivo de avaliar a eficiência energética da cerâmica vermelha. Foi realizado o cálculo energético de 45 empresas na abrangência da Superintendência Regional de Regularização Ambiental (Supram) Central.

O estudo revelou que as indústrias precisam de investimento em tecnologias para o processo de queima da cerâmica. “De modo geral a indústria de cerâmica vermelha em Minas Gerais apresenta baixo nível tecnológico e muitas vezes não tem conhecimento efetivo das temperaturas aplicadas durante o processo de queima”, afirmou, completando que “o uso do resíduo siderúrgico na queima da cerâmica é um fator de redução energética, tanto no uso da biomassa quanto no tempo de queima dos produtos cerâmicos”.

Plano de ação para adequação ambiental e energética das indústrias de cerâmica vermelha no Estado de Minas Gerais
O gerente de produção sustentável da Feam, Antônio Augusto Malard apresentou o Plano, que tem como objetivo a elaboração de um diagnóstico do setor, a fim de apresentar às empresas informações, além de avaliar acerca das melhores tecnologias disponíveis para controle de impactos ambientais, eficiência energética e tecnologias para produção sustentável.

Em Minas Gerais os principais municípios produtores de cerâmica estão situados nos municípios de Igaratinga, Itaúna e Pará de Minas. A produção no estado chega a 2,7 bilhões de peças por ano, gerando cerca de 12 mil empregos diretos.

O diagnóstico feito pela Feam visitou 178 empreendimentos e realizou uma avaliação sobre as práticas de gerenciamento de resíduos sólidos, controle da emissão atmosférica, consumo energético e extração de areia. Segundo Malard, o maior impacto ambiental do setor está na extração da argila. Outros dados com relação às emissões atmosféricas, ao gerenciamento de resíduos sólidos e ao reaproveitamento das sobras no processo de produção foram apresentados.

O Plano de Ação prevê a divulgação dos resultados do diagnóstico, a elaboração de cartilhas educativas para direcionamento do setor produtivo, além da promoção de estudos para aplicação de resíduos de outras tipologias industriais. “É necessário uma conscientização do setor sobre a importância de medidas ambientais para a melhoria da produtividade do setor cerâmico”, finalizou.

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