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Fundação Estadual do Meio Ambiente - FEAM

Feam promove debate sobre o setor de siderurgia não integrada a carvão vegetal

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A Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), em parceria com a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) e o Sindicato da Indústria do Ferro do Estado de Minas Gerais (Sindifer), promoveram, na tarde desta terça-feira (06/11), mais uma edição do Fórum Mineiro de Produção e Consumo Sustentável: siderurgia não integrada a carvão vegetal.
Na abertura do Fórum a presidente da Feam, Zuleika Torquetti falou da importância do trabalho que a Fundação vem desenvolvendo nos últimos anos. “As pesquisas e estudos desenvolvidos pela Feam pretendem fazer uma avaliação setorial para que possamos traçar um plano de melhorias da qualidade ambiental para cada ramo de atividade, promovendo uma discussão dos aspectos e propondo medidas adequadas para cada setor”, afirmou.

Fotos: Janice Drumond/Ascom Sisema
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A presidente da Feam, Zuleika Torquetti, (no centro) falou sobre o trabalho que a Fundação vem desenvolvendo
nos últimos anos


O presidente do Sindifer, Fausto Varela Cançado, apresentou um panorama do setor de siderurgia não integrada: desafios e tendências. Ele ressaltou a importância de Minas Gerais no cenário nacional, com papel fundamental na produção de ferro-gusa no país. Dados apresentados pelo presidente do Sindifer mostram que no Brasil existem três polos principais de produção de ferro-gusa sendo eles no Sudeste (Minas Gerais e Espírito Santo), Norte/Nordeste (Pará e Maranhão) e Centro-oeste (Mato Grosso).

O parque industrial mineiro possui 62 usinas em condições de funcionamento e 107 fornos, com capacidade para gerar 635 mil toneladas de ferro-gusa por mês. O levantamento mostra também que 28 municípios mineiros representam o setor, sendo mais presentes na região noroeste (Sete Lagoas) e oeste (Divinópolis). “A produção de Minas Gerais representa 60% da produção de ferro-gusa no Brasil, sendo que 50% dessa produção são para suprir o mercado interno e 50% para exportação”, disse.

Desafios ambientais

Fausto Varela apresentou também as dificuldades que o setor vem enfrentando desde 2008, com a crise econômica, além dos desafios ambientais das siderurgias. De acordo com Varela as indústrias estão se adaptando às Leis e à necessidade de alto suprimento com a constituição de florestas próprias. Ele enfatizou ainda ações como a cogeração de energia, com o aproveitamento de gases de alto forno, o que proporciona a redução de emissões para a atmosfera e o cumprimento das exigências da Deliberação Normativa 49/2001, com investimento de R$ 130 milhões pelas siderurgias para as adequações necessárias.

O Fórum contou também com as palestras “Alto forno a carvão vegetal e seus controles operacionais”, proferida pelo engenheiro químico da Metalsider, Ricardo Zenóbio e “Siderurgia a carvão vegetal renovável: uma real possibilidade de um quase ecossistema de manufatura”, proferida pelo professor Ronaldo Santos Sampaio.

Plano de ação para adequação das indústrias de siderurgia não integrada a carvão vegetal

O gerente de produção sustentável da Feam, Antônio Malard, apresentou o estudo realizado pela instituição que teve o objetivo de analisar e divulgar a situação ambiental das indústrias de siderurgia em Minas Gerais, além de identificar tecnologias disponíveis para o reaproveitamento dos resíduos sólidos industriais gerados; avaliar as ações de gerenciamento desses resíduos e o controle das emissões atmosféricas, dentre outros.

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O gerente de produção sustentável da Feam, Antônio Malard, apresentou o estudo realizado pela instituição
que
analisou e divulgou a situação ambiental das indústrias de siderurgia no Estado de Minas Gerais

Malard abordou os principais aspectos e impactos ambientais decorrentes da fabricação de ferro-gusa e a proposição de um Plano de Ação, que visa promover o avanço tecnológico e ambiental nos empreendimentos. O Plano propõe, além da divulgação do estudo em seminários e worshops, a intensificação da fiscalização nas siderurgias; a criação de um banco de dados do setor, com informações relativas ao nível de evolução das siderurgias, a fim de subsidiar as fiscalizações e a análise de processos de licenciamento ambiental; a revisão da DN 49/2001, contemplando inclusive a questão dos arrendamentos das plantas industriais, um dos principais problemas identificados no setor.

O Plano recomenda também a realização de campanhas de medição da concentração de material particulado emitido pelos altofornos, para conferência com os resultados de automonitoramento apresentados pelos empreendimentos; incentivo a programas de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL), objetivando contribuir com o setor nas barreiras encontradas no uso sustentável do carvão vegetal de florestas plantadas; um estudo detalhado do balanço de CO2 na cadeia de fabricação do ferro gusa e do balanço hídrico; o desenvolvimento de indicadores ambientais para acompanhamento da evolução do desempenho ambiental e energético do setor. Prevê, ainda, um estudo de viabilidade da redução do consumo de carvão vegetal no processo produtivo e da viabilidade da redução da geração e reuso de resíduos sólidos industriais e da vulnerabilidade socioambiental dos municípios onde as plantas siderúrgicas estão inseridas.

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